Tabaco provoca inflamações que podem causar obstrução na luz das artérias. Especialistas recomendam largar a prática
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Em 29 de agosto é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi criada com o objetivo de conscientizar as pessoas a respeito dos riscos da prática. Um dos problemas mais comuns que o tabagismo pode causar é a tromboangeíte obliterante. Trata-se de uma doença vascular, que leva à obstrução total das artérias, principalmente nas pernas – do joelho para baixo – e mãos.
A formação de trombos é causada pela diminuição gradativa da luz no interior desses vasos sanguíneos. “O tabagismo é o principal fator de risco dessa doença. Acredita-se que o cigarro causa uma inflamação das artérias mais finas das pernas e dos braços”, explica o cirurgião vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e diretor da clínica Vascularline, Dr. Rodrigo Bruno Biagioni.
A carga tabágica – nível de tabaco no organismo, devido à quantidade de cigarros consumidos por dia – é grande influenciadora na gravidade da doença: quanto maior a carga, mais aguda a enfermidade pode ficar. Doenças pré-existentes, como o colesterol alto, diabetes e hipertensão podem intensificar ainda mais o problema.
Dores na panturrilha é o primeiro sinal da doença, que podem dificultar a mobilidade. “O quadro típico é que, sempre numa mesma distância, os pacientes sentem uma dor muito forte que impossibilita de continuar caminhando. Chamamos essa dor de claudicação intermitente. Após isso, rapidamente a doença evolui para lesões necróticas nos pés ou mãos, podendo, ou não, levar a amputações”, ilustra Dr. Biagioni. A pessoa acometida pode apresentar mãos e pés arroxeados e frequentemente frios, de modo que, durante o contato com a água gelada, fiquem pálidos e doloridos.
O especialista explica que 94% das pessoas com Tromboangeíte obliterante, quando deixam de lado o consumo de cigarro, conseguem evitar uma amputação. A baixa na carga tabágica permite que a circulação sanguínea volte ao seu estado normal nas pernas e braços, propiciando a regressão da doença. Mas, somente a avaliação de um angiologista ou cirurgião vascular poderá definir o melhor tratamento.
Medicamentos e adesivos podem ser de grande valia no processo de cessação do tabagismo, uma vez que, a partir do momento que a doença é diagnosticada, é necessário agir rapidamente. Pois, o surgimento de lesões tem potencial de deixar graves sequelas e, inclusive, levar à perda de membros.
Entretanto, é importante que o paciente faça um acompanhamento multidisciplinar, com um psicólogo ou psiquiatra, para que o processo de deixar o vício seja mais brando.