Pesquisas apontam que, em 2018, mais de 40% dos docentes se afastaram do trabalho em função dos distúrbios de ansiedade, depressão e síndrome do pânico
Foto: Divulgação
Psicólogos criaram, em 2014, o Janeiro Branco, que tem por finalidade convidar a sociedade para refletir sobre as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), depende do bem-estar físico e social e o conceito vai além da ausência de doenças.
Um fator que reforça ainda mais a importância da discussão em torno desse tema é o cenário da pandemia, que elevou o número de brasileiros que desenvolveram doenças relacionadas à má qualidade de saúde mental, como depressão, ansiedade, síndrome de burnout, entre outras, ocasionadas por diversas razões: desde a incerteza da estabilidade no trabalho, medo de contrair o coronavírus até as preocupações em conseguir conciliar tudo ao mesmo tempo, como vida profissional e pessoal.
A pandemia coloca um holofote sob os distúrbios psicológicos relacionados ao trabalho, principalmente por afetar a classe dos profissionais de saúde e professores que têm exercido atividades intensas nos últimos meses. Os docentes têm a preocupação constante em manter o engajamento do aluno estando à distância. É uma situação que traz certo esgotamento e prejudica a saúde mental do profissional.
Uma pesquisa do Instituto Península revela que 83% dos professores brasileiros não estão preparados para ensinar online. Quase 90% nunca haviam tido qualquer experiência com um ensino a distância e 55% não receberam suporte ou treinamento para atuar de maneira não presencial.
Baixada Santista
O tema já era discutido muito antes da chegada do coronavírus no Brasil. Para se ter uma ideia, quase 130 mil licenças médicas foram concedidas a professores de Educação Básica da rede estadual de ensino, 53.276 foram em decorrência de transtornos mentais e comportamentais no país. Na Baixada Santista, os distúrbios foram responsáveis por quase 2500 licenças, o que significa que os afastamentos na região aconteceram porque os profissionais estavam sofrendo problemas de ansiedade, depressão ou síndrome do pânico. Os dados são do Departamento de Perícias Médicas do Estado, ligado à Secretaria Estadual da Fazenda e Planejamento.