Ônibus. Maior projeto de mobilidade da história recente de Campinas, prevê construção de corredores que ligarão o Centro aos distritos do Campo Grande e do Ouro Verde
Considerada a maior obra de mobilidade da história recente de Campinas, a construção dos corredores exclusivos de ônibus do BRT (sigla em inglês para o Ônibus de Trânsito Rápido) foi negociada ontem com deságio de 17,8%. A obra – que prevê a abertura de corredores exclusivos, terminais e estações de transferência, além da construção de pontes e viadutos – saiu de um preço inicial previsto de R$ 549 milhões e caiu para R$ 451 milhões, num desconto que gerou economia de R$ 98 milhões. A obra foi dividida em quatro lotes e acabou arrematada por quatro consórcios diferentes, entre os 17 que haviam sido habilitados. “Foi um resultado espetacular”, disse ontem o secretário de Transportes, Carlos José Barreiro. De acordo com ele, o deságio é resultado de dois fatores. Um deles foi segurança técnica e jurídica de todo o processo, que chegou a ser adiado três vezes por questionamentos de concorrentes. Além disso, lembrou ele, em tempos de crise como a que vive o país, são raros os investimentos públicos desse porte. “As empresas estão buscando projetos como este com muito interesse”, avalia. Os dois primeiros lotes tratam do Corredor Campo Grande e os dois últimos, do Corredor Ouro Verde.
O 1º lote prevê a ligação da região central até a Vila Aurocan, numa extensão de 4,3 km, além do corredor perimetral, que vai ligar os dois corredores. O valor inicial dessas intervenções era de R$ 106 milhões e saiu por R$ 88 milhões – o equivalente a 16,23% de deságio. O trecho foi arrematado pelo consórcio Arvek Técnica e Construtora Ltda. O segundo lote é uma segunda fase do Corredor Campo Grande e compreende os trechos II, III e IV. Esse trecho contempla a liga- ção da Vila Aurocan até o Terminal Itajaí, totalizando 13,6 km. A previsão era de R$ 236 milhões e saiu por R$ 195,8 milhões. Ficou com a Construcap Engenharia e Comércio Ltda. O lote 3 prevê o trecho do Corredor Ouro Verde, que liga o Centro à Estação Campos Elíseos, com 4,8 km. O preço inicial era de R$ 85,3 milhões e saiu por R$ 66,5 milhões. Será tocado pelo consórcio Compec Galasso Construtora Ltda. O lote quatro prevê dois trechos do Corredor Ouro Verde que farão a ligação da Estação Campos Elíseos até o Terminal Vida Nova, totalizando 9,8 km. De R$ 127 milhões caiu para R$ 104 mi. Será feito pelo Construtora Artec S.A.
As obras de construção dos corredores exclusivos de ônibus do sistema BRT devem ter início apenas no meio do primeiro semestre do ano que vem, segundo a previsão da prefeitura. O contrato com os consórcios vencedores deverá ser assinado em novembro, já que é preciso fazer a checagem da documentação apresentada pelas empresas – com comprovações, atestados e verificações – além de respeitar o período de recurso. Além disso, os primeiros 90 dias do contrato deverão ser dedicados à elabora- ção dos projetos. Por isso, as obras devem começar entre abril e maio de 2017. O secretário de Transportes, Carlos José Barreiro, disse que a ordem de início das obras deve ser definido após acordo com as empresas, mas antecipou que a primeira delas será a do lote 1 – Corredor Campo Grande. “Trata-se do trecho mais complicado e precisa de uma interven- ção mais imediata”, justificou. O prazo estimado para a implantação de todo o sistema é de 36 meses. Os corredores atenderão uma região de 425 mil pessoas e por eles circularão 250 mil dos 652 mil passageiros que utilizam ônibus em Campinas por dia. No total de 36,6 quilômetros de corredores haverá 29 pontos de paradas, nove estações de transferência, cinco terminais e 16 pontes e viadutos.
Fonte: metro campinas