Embora ainda esteja em um patamar elevado, o percentual de famílias brasileiras endividadas apresentou ligeira retração de 0,08 ponto percentual, ao cair de 61,6% para 60,8% de janeiro para fevereiro deste ano.
A constatação é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O estudo, no entanto, aponta que 25,4% dos endividados dizem respeito a famílias com mais da metade da renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.
O levantamento mostra que, apesar de o número de famílias com dívidas ter recuado em fevereiro, a taxa aumentou na comparação anual. O percentual de 60,8% verificado este mês é superior aos 57,8% de fevereiro do ano passado.
Segundo a CNC, o número de famílias com contas ou dívidas em atraso e das que permanecerão inadimplentes teve o mesmo comportamento: recuo na comparação mensal, porém, aumento em relação a fevereiro de 2015.
Inadimplência
O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso atingiu 23,3% do total, em comparação com 23,7% em janeiro e 17,5% no mesmo período do ano passado. Já o índice de famílias que permaneceriam inadimplentes caiu para 8,6% em fevereiro de 2016 contra 9% em janeiro e 6,4% em fevereiro de 2015.
As justificativas da CNC para o endividamento são as mesmas dos últimos meses e refletem a situação da economia do país, com juros altos e retração do emprego e da renda, como explica a economista da confederação, Marianne Hanson.
“As taxas de juros mais elevadas e o cenário menos favorável do mercado de trabalho impactaram negativamente os indicadores em relação ao ano passado no que diz respeito à inadimplência e à percepção das famílias em relação à sua capacidade de pagamento”, disse.
A pesquisa constatou, ainda, que a proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou de 13,6% para 13,8% entre janeiro e fevereiro. Na comparação anual, no entanto, o aumento é bem maior e chega a 4,1 pontos percentuais.
Do ponto de vista da renda, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor constatou que 25,4% das famílias endividadas têm mais da metade de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Entre aquelas com contas ou dívidas não pagas, o tempo médio de atraso foi de 64,3 dias em fevereiro, número acima dos 60,5 dias do ano passado. “O tempo médio de comprometimento com dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 26,2% das famílias estão comprometidas com dívidas até três meses, e 34% por mais de um ano”, constatou a CNC.
Fonte: Agência Brasil