Publicado por @PriscilaMortensen
A gravidez é um momento de muitas dúvidas e emoções. Com o hormônios alterados, muitas mulheres passam o período de gestação com expectativas e incertezas. Qual o sexo do bebê? vai nascer saudável? vou conseguir conciliar maternidade e trabalho? vai parecer com o pai ou com a mãe? e por aí vai… Porém uma dúvida que gera, em muitas casos, medo e tira o sono das mamães é sobre o parto.
A cesárea se tornou um dos procedimentos mais comuns no país, e quase 50% dos brasileiros vêm ao mundo dessa maneira. Entre os países da América Latina, o Brasil está em primeiro no ranking dos que mais realizam a cirurgia. Nos hospitais privados, o número de gestantes que fazem cesáreas chega a 85%, segundo o Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos). A OMS (Organização Mundial da Saúde), por sua vez, preconiza que somente 15% dos partos sejam cirúrgicos.
Desde 2001, segundo informações do Sinasc , a cidade de São Paulo vem registrando um aumento gradativo de partos cesarianos, que, a partir de 2005, superaram os partos por via vaginal (normal). Para se ter uma ideia desse aumento, em 2001, 52% dos partos realizados pelo SUS eram normais. Nove anos depois, esse número caiu para 46%.
O medo de sentir dor na hora do parto normal favorece a escolha da cesárea entre as gestantes. Se a cesárea, todavia, pode parecer prático para os médicos e hospitais, para a mulher ela não é tão conveniente assim, já que o procedimento é considerado uma cirurgia de médio porte, com risco de infecções e perda sanguínea.
Mas como saber a hora exata em que o bebê está pronto para vir ao mundo? Em tese, isso não é possível. O que os médicos fazem é uma estimativa e agendam a cesárea quando a mãe entra na semana 39a ou 40a da gestação.
Por ser uma cirurgia, o tempo de recuperação da cesárea também é maior se comparado ao do parto normal, em que a mulher recebe alta hospitalar em aproximadamente 24 horas. Na cesárea, a paciente fica em observação no hospital de dois a três dias. Ela pode começar a fazer caminhadas leves em 15 dias. Contudo, atividades de maior esforço, como subir escadas ou retomar a atividade sexual requerem um mês de pausa.
A cesárea também não deve ser encarada sempre como vilã. Em alguns casos, quando há risco iminente de morte para a gestante ou para o bebê – por exemplo, em casos de descolamento de placenta (quando a placenta se separa da parede do útero, impedindo que o bebê continue a se alimentar e receber oxigênio), em que a mãe possua alguma má-formação cardíaca que a impeça de fazer esforço no parto normal, de eclâmpsia ou pré-eclâmpsia, entre outros -, ela se torna a única alternativa.
No parto normal, a partir da 39a semana, a gestante poderá sentir contrações intensas e duradouras, que atingem todo o abdômen, como se fossem cólicas fortes. Quando essas contrações acontecem a cada três minutos e há dilatação do colo do útero de quatro centímetros é sinal de que o bebê está prestes a nascer.
Quando o colo do útero estiver totalmente dilatado, ou seja, com dez centímetros de abertura, e as contrações se tornarem muito doloridas, as paredes do útero farão pressão sobre o bebê e, em conjunto com o esforço da mãe, impulsionarão a criança para fora. O processo entre sentir as primeiras dores e chegar ao nascimento pode durar até 12 horas. O aumento dos números de cesárias pode ser resumido em duas palavras: comodidade e segurança. Já especialistas que afirmam que o parto normal é a melhor opção usam essa tese quando a gravidez não apresenta complicações. Além de evitar problemas respiratórios para o bebê, esse procedimento também traz benefícios para as mães. Além de a quantidade de sangramento num parto normal ser muito menor que a cesariana – o que diminui as chances de infecção, a recuperação da mulher é mais rápida, o que deixa a mamãe mais independente para levantar e cuidar do bebê. Também é importante lembrar que o parto normal acontece na hora certa.
Foto: Sumred