O incêndio que deixou cerca de 500 famílias desabrigadas na Ocupação Esperança ocorreu uma semana após a Prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, emitir um decreto intervindo contra a reintegração de posse. Os moradores vivem uma disputa judicial com o proprietário do terreno há três anos.
A reintegração de posse foi solicitada pelo proprietário logo após a invasão, em agosto de 2013. Em contrapartida, a Prefeitura se comprometeu com as famílias na tentativa de aprovar a execução do programa Minha Casa Minha Vida na área.
Teve início uma batalha judicial e a Justiça determinou a reintegração de posse. A Prefeitura reagiu pedindo a suspensão da ordem judicial em uma reunião com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, das secretarias de Habitação do Estado e do município, do proprietário e de um integrante da ocupação.
O proprietário do terreno não aceitou a suspensão da decisão e a Polícia Militar pediu 90 dias para o cumprimento da ordem judicial a partir do final de julho de 2016.
Na tentativa de mediar o conflito e garantir o direito à moradia para as famílias, a Prefeitura de Osasco emitiu na terça-feira (6) um decreto de interesse social no terreno para desenvolvimento de projetos habitacionais.
Na terça-feira (13), um incêndio teve início por volta das 17h30, se alastrou rapidamente e destruiu a Ocupação Esperança. Três pessoas tiveram ferimentos leves por inalação de fumaça e ferimentos causados em meio à correria.
Mesmo após o incêndio, os moradores preferiram improvisar camas em um campo de futebol junto ao terreno, ao invés de ocupar o ginásio esportivo cedido provisoriamente pela Prefeitura.
Até a manhã desta quarta-feira (14), não havia informações do que teria causado o incêndio.
Fonte: G1