Publicado por @PriscilaMortensen
Professores e estudantes das unidades do Centro Paula Souza (CPS) em diversas regiões do Estado estão utilizando seus conhecimentos para criar uma rede de solidariedade no enfrentamento à crise do coronavírus. As iniciativas ocorrem em várias frentes, de acordo com cursos e especialidades de cada uma delas.
Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais produziram mais de 6,3 mil máscaras de acetato, 9 mil máscaras de tecido e 1,3 mil toucas, que foram doadas a hospitais regionais. As ações envolveram mais de 40 professores e funcionários e 90 alunos. A expectativa é que sejam produzidas pelo menos mais 15 mil máscaras de tecido e 4 mil de acetato nas próximas semanas.
Entre as unidades responsáveis por tal produção está a Fatec Taubaté, localizada na Região de São José dos Campos. Com recursos próprios, educadores, alunos e ex-alunos dos três cursos superiores tecnológicos oferecidos pela unidade transformaram laboratórios e salas de aula em uma linha de produção solidária. Inicialmente, eles conseguiram fazer 275 máscaras de acetato, do modelo Face Shield, que foram direcionadas para atender profissionais de saúde que trabalham em hospitais da região.
Com o aporte de R$ 80 mil vindos da Procuradoria do Trabalho de São José dos Campos, sob a mediação do Ministério Público do Estado de São Paulo, eles estão conseguindo aumentar a capacidade de fabricação. “Por meio de novos equipamentos, como máquina de corte a laser, aprimoramos nossos processos para acelerar a produção”, explica o coordenador do curso de Eletrônica Automotiva, Michel Veiga. A previsão é entregar mais de 4 mil unidades.
Vocação
A capacidade e baixo custo da produção foram motivos que fizeram a verba ser direcionada à Fatec. O Diretório Central de Estudantes (DCE) das Fatecs foi responsável por intermediar a cessão do subsídio. “Nós mapeamos a disponibilidade de recursos e cruzamos com as possibilidades de cada Fatec, dependendo da vocação de cada uma”, afirma o presidente do DCE, Leonardo Argollo.
Estudante de Gestão Empresarial da Fatec Zona Leste, localizada na Capital, Leonardo conta que ainda conseguiram arrecadar mais R$ 1,4 mil apenas em doações dos colegas da unidade.
As demais unidades que participam da produção de máscaras, sejam de acetato ou de tecido, são as Etecs Antonio de Pádua Cardoso (Batatais), Bento Quirino (Campinas), e as Fatecs Americana, Bauru, São Paulo (Capital), São Sebastião e Sorocaba.
Carreta
O Centro Paula Souza também integra parceria do Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo para a produção de 2 milhões de máscaras sociais. Metade deste volume será feita por meio de um investimento de R$ 2,5 milhões doados pelos bancos privados Itaú, Santander e Bradesco. Já a outra metade será financiada pelo município. O objetivo do projeto é confeccionar e distribuir as máscaras de tecido para comunidades carentes da Capital e de outros seis municípios até o fim de maio. A iniciativa do Estado prevê a remuneração de 740 profissionais de costura por meio do Instituto BEI e do Instituto Rede Mulher Empreendedora.
A primeira ação teve início em 9 de abril, na Etec de Heliópolis, na zona sul, com a presença de uma unidade móvel (carreta) de Confecção Industrial do Programa Via Rápida, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado em parceria com o Centro Paula Souza (CPS). As máscaras são produzidas dentro da carreta com todos os cuidados de proteção e isolamento necessários por 14 costureiras e costureiros da própria comunidade.