Low carb se enquadra no rol de práticas alimentares que almejam a perda de peso de maneira sustentável, focando na qualidade dos alimentos ingeridos e não na quantidade.
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Quando os quilos a mais começam a incomodar, sejam por razões estéticas ou por motivos de saúde, é comum que as pessoas saiam em busca de dietas que prometam resultados em curtíssimo prazo. Não é raro que consigam emagrecer, a custa, porém, de muita privação e sofrimento, a base de contagem de calorias, fazendo com que o efeito não seja duradouro e a gordura e o peso voltem rapidamente.
De acordo com o médico endocrinologista, diretor científico de Medicina da Associação Brasileira LowCarb (ABLC), Rodrigo Bomeny, o importante para quem deseja permanecer magro é focar na qualidade dos alimentos e não na quantidade. “O segredo está em controlar o que comemos e não o quanto comemos”, diz. Nesse sentido, é diferente de uma dieta e mais próxima ao que é denominado reeducação alimentar, com ênfase na mudança de estilo de vida, e na tomada de consciência de quais alimentos são nutritivos e fazem bem à saúde.
A low carb se enquadra no rol de práticas alimentares que almejam a perda de peso de maneira sustentável. Segundo o médico, diretor-presidente da ABLC, José Carlos Souto, a low carb não deve ser vista como uma dieta mágica de emagrecimento, ao contrário de muitas que são vendidas com promessas milagrosas. “Deve ser utilizada como estratégia em longo prazo, por meio da mudança permanente de hábitos e estilo de vida, para que os resultados sejam atingidos”, afirma.
Sobre a prática alimentar low carb também ser restritiva – afinal a ingestão de carboidratos deve ser evitada – e por isso correr o risco de ser abandonada pelas pessoas como qualquer outra dieta, o diretor-presidente da ABLC explica que a questão principal não é tanto a respeito de restringir ou não restringir.
Segundo o diretor-presidente da ABLC, mesmo podendo ser eficaz, cortar calorias como foco primordial da dieta deixa o indivíduo sempre com fome. “Algo que não me parece viável, muito menos para o resto da vida”, destaca. Por outro lado, de acordo com o médico, quando se restringe carboidratos, a tendência é que o indivíduo perca peso, mesmo saciado, pois ocorre redução espontânea do apetite. “O que é uma grande vantagem”, declara.
Se o objetivo é o emagrecimento, deve-se regular os níveis de insulina, hormônio responsável pelo armazenamento de gordura e consequente aumento de peso. Por sua vez, a insulina é estimulada pela glicose, encontrada em grandes quantidades nos carboidratos. Assim, para tratar a obesidade ou o sobrepeso, conforme Souto, o enfoque principal precisa ser no defeito metabólico (hiperinsulinismo), que pode ser combatido com a restrição de carboidratos, somente, sem restrição voluntária das calorias.
A permanência do indivíduo em um novo estilo de vida, tal como uma prática alimentar, passa, segundo o diretor científico de Medicina da ABLC, Rodrigo Bomeny, por mudanças de hábitos sabotadores e aprimoramento de habilidades e competências. Dessa forma, uma readequação alimentar bem-sucedida carece trabalhar limites, escolhas e vontades, entre outros fatores relacionados ao ato de comer.
Conforme o médico endocrinologista, entre as habilidades e competências que precisam ser estimuladas no indivíduo que deseja transformar seus hábitos alimentares estão: crença em si próprio e em suas habilidades; motivação; desenvolvimento de comportamentos que auxiliem no emagrecimento; responsabilidade; compreensão do propósito do emagrecimento; controle emocional; e autonomia.