Com as baixas temperaturas, as doações chegam a cair 30%, mas a necessidade de fornecer sangue para pacientes que realizam cirurgias ou vítimas de acidentes não segue o mesmo ritmo. Para abastecer mais de 100 hospitais no Estado de São Paulo, a instituição necessita de 12.500 bolsas de sangue por mês, mas tem operado com cerca de 10 mil.
“Há muito tempo, cai a coleta no frio, porque a população não quer sair de casa. Só que o número de atendimentos e procedimentos cirúrgicos continuam. Em julho, tivemos 10 mil bolsas (de sangue) e, em agosto, não deve dar mais do que isso. Estamos preocupados, porque a situação é delicada”, disse Carlos Roberto Jorge, médico da Fundação Pró-Sangue.
Segundo Jorge, a crise econômica também tem afetado as doações. “O doador tem direito a um atestado, mas muitos têm a preocupação de a firma não aceitar e correr o risco de perder o emprego”, afirmou.
O médico diz que os tipos sanguíneos mais frequentes na população são o “O” e o “A” e que o “RH” positivo está presente em 85% das pessoas. Mas todos os tipos são importantes para as doações.
“A gente conta com a população para fazer essa doação. Em um hospital, vários equipamentos são comprados, mas, no banco de sangue, a nossa matéria-prima não pode ser comprada, ela é adquirida por meio da solidariedade da população. O sangue não é vendido, é doado e salva vidas. Vejo isso todos os dias aqui.”
Doação
Para ser um doador, é necessário ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e estar em boas condições de saúde. Documento original com foto é obrigatório. Quem vai doar deve estar alimentado, mas não pode ter consumido alimentos gordurosos no período de quatro horas antes da doação nem ter ingerido bebidas alcoólicas 12 horas antes de doar.
Homens podem doar até quatro vezes por ano, mas respeitando o intervalo de dois meses entre as doações. As mulheres podem doar três vezes e o intervalo é de três meses. Os postos de doação e demais informações estão no site da Fundação Pró-Sangue. (www.prosangue.sp.gov.br)