Por @PriscilaMortensen
Segundo dados do Ministério da Saúde, 19,5% da população das capitais brasileiras afirma que faz o uso do celular enquanto dirige. O percentual mostra que de cada cinco indivíduos, um comete esse ato – atitude que é um risco para acidentes de trânsito.
A divulgação do dado inédito é do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, que também aponta que as pessoas com idade entre 25 e 34 anos (25,1%) são as que mais assumem esse comportamento inadequado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte entre os 15 e 29 anos, a segunda entre os 5 e 14 anos e a terceira dos 30 aos 44 anos. Segundo o médico Moisés Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), 75% dos leitos de trauma dos hospitais públicos no país estão ocupados com vítimas do trânsito.
O especialista afirma que, “tão essencial quanto alertar sobre esses acidentes é advertir sobre o impacto pessoal e social que acontece com os sobreviventes e suas famílias”. Ele ainda ressalta que, por ano, cerca de 600 mil pessoas ficam com sequelas permanentes, como dificuldade e até impossibilidade de se locomover e, consequentemente, de trabalhar, estudar, levar a vida.
Todos esses traumas somados ao longo tempo de recuperação do acidentado, o sofrimento e o prejuízo financeiro dele e de sua família por meses e até anos, também devem ser analisados e refletidos antes do motorista cometer tal imprudência, diz. Segundo o especialista, os ortopedistas atendem a maioria das vítimas de traumas de trânsito, sendo muitos de alta complexidade o que onera bastante o custo da saúde pública e privada.