Inflamações na gengiva, cáries não tratadas ou problemas no maxilar podem piorar infecções pré-existentes no organismo, como alerta a Plenum
A saúde bucal pode dar pistas sobre como está funcionando o nosso corpo ou até alertar para a existência de algumas doenças. Por isso, é tão importante caprichar na higiene da boca e consultar dentistas regularmente. Doenças bucais também podem contribuir com o agravamento do estado de saúde de pessoas que já estão doentes ou com alguma inflamação em outras partes do corpo.
Segundo Jamil Shibli, cirurgião dentista periodontista e um dos fundadores da Plenum, fabricante de implantes dentários e regenerativos sintéticos, a boca é a parte mais contaminada do nosso organismo, chegando a carregar cerca de 1000 bactérias, mais do que qualquer outra parte do corpo humano. “A má higiene bucal ou o não tratamento de algumas infecções, como na gengiva, dente ou maxilar, podem desencadear a proliferação destas bactérias e a manifestação delas para dentro do nosso corpo. Um paciente de Covid, ou outras enfermidades como diabetes ou doenças oncológicas, pode sofrer um total agravamento de quadro por conta destas bactérias oportunistas. Com a queda na resistência do corpo humano, qualquer infecção tende a se agravar, dificultando ainda mais o tratamento”, explica.
Um recente estudo publicado pelo Journal of Clinical Periodontology revela que pacientes infectados pelo coronavírus e com alguma doença periodontal apresentaram 3,5 vezes mais probabilidade de serem admitidos em uma UTI, 4,5 vezes mais chances de precisarem de um ventilador pulmonar e 8,8 vezes mais probabilidade de morrerem, quando comparados com um grupo de pessoas sem essas condições.
Além disso, Jamil explica que a boca é muito rica em informações sobre doenças pré-existentes. “Um exame de saliva pode dizer muito mais do que o de sangue em alguns casos, e é menos invasivo, já que sua coleta é muito mais fácil. É possível obter a variação de Ph e de temperatura através da saliva e ela possui uma enorme carga bacteriana e viral. Tudo vai repercutir na boca, podendo até mesmo agravar uma infecção gengival, por exemplo”, conta. Fazendo uma correlação com Covid, sabe-se que o vírus pode originar algumas sequelas na boca, como desordem e perda de paladar, disfagia e até lesões nas mucosas.
O caso é tão sério que, hoje em dia, os hospitais já possuem equipes odontológicas para realização de um rigoroso controle da parte bucal de pacientes internados com qualquer tipo de doença. Jamil explica que, em casos extremos, existe até a necessidade de extração de dente e retirada de parte do osso dos maxilares por conta de uma infecção, para que não se agrave ainda mais de forma generalizada e piore o quadro de saúde do paciente. “Faz parte da rotina hospitalar a realização de profilaxia/limpeza nos dentes e tratamentos de lesões orais. Doentes com problemas odontológicos estão muito mais suscetíveis a ter outras infecções”, complementa.
Para finalizar, Jamil reforça os procedimentos básicos para manter a higiene bucal e a importância de procurar um dentista regularmente. “Manter os dentes saudáveis não está só relacionado à estética, é questão de saúde e prevenção de doenças e/ou do agravamento delas”.