Desde o seu surgimento na Luz, região central de São Paulo, em meados dos anos 1990, a Cracolândia só tem se expandido. Atualmente, ela tem ‘filiais’ em outras sete regiões da cidade, aponta levantamento do Ministério Público (MP), obtido pelo G1, que mapeou onde estão essas cracolândias.
Em 2015. além da Luz, a Prefeitura contabilizava mais seis bairros com concentração de usuários de crack. Nesta semana, em outro cálculo, se baseando por ruas, a administração municipal identificou 22 pontos com dependentes químicos após a megaoperação do último domingo (21) na Cracolândia. Esses pontos, que estão na região central, são considerados ‘minicracolândias’ por concentrarem menos viciados (algumas dezenas). As cracolândias costumam ter centenas.
Mas esse número de cracolândias e de ‘minicracolândias’ pode aumentar ainda mais, segundo o promotor Arthur Pinto Filho, de Direitos Humanos na área da Saúde, já que os usuários que estavam na maior Cracolândia, a da Luz, se espalharam pela capital depois dessa operação conjunta do governo estadual e da Prefeitura para coibir o tráfico na região.
“Ao invés de resolver problema da dependência, espalha pessoas e cria mais cracolândias e ‘minicracolândias'”, disse na terça-feira (23) o promotor Arthur à reportagem, criticando a ação que provocou a debandada dos usuários da Luz.
Novas operações similares às de domingo deverão ocorrer nas outras cracolândias e ‘minicracolândias’, segundo informou recentemente o prefeito João Doria (PSDB). Ele não antecipou, no entanto, quando e onde exatamente as ações ocorrerão.
De acordo com dados atualizados da Promotoria, além da Luz, berço da primeira Cracolândia, a capital possui mais cracolândias nos seguintes bairros: Baixada do Glicério, Santa Cecília, Sé, Santa Ifigênia e Campos Elíseos (no Centro); Cidade Tiradentes (Zona Leste); e Campo Belo (Zona Sul).