Falta da vitamina pode levar a transtornos hematológicos, neurológicos e cardiovasculares. Realizar exames é forma de tratar este problema
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Responsável por diversas funções importantes no corpo, a vitamina B12 regula o metabolismo, contribui para a formação de glóbulos vermelhos e é essencial para o funcionamento do sistema nervoso.
Idosos, vegetarianos, pacientes que passaram por cirurgia bariátrica, além de indivíduos com síndromes de má absorção e doenças gastrointestinais são os que mais têm deficiência dessa vitamina, mas ela também pode ocorrer para quem faz uso de inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, esomeprazol), antibióticos e antagonistas do receptor de histamina H2 (cimetidina, ranitidina). E por quem sofre com má-absorção, como no caso de gastrite atrófica, crescimento excessivo de bactérias no intestino, doença de Crohn, doenças inflamatórias e cirurgias intestinais. Portanto, esses perfis precisam estar atentos e fazer o monitoramento adequado, por meio de exames de sangue específicos periodicamente.
Um ponto preocupante relatado pelos médicos é que, embora a deficiência grave possa causar danos neurológicos permanentes e irreversíveis, as manifestações iniciais geralmente são sutis ou podem permanecer assintomáticas por longos períodos, desencadeando uma deficiência crônica, considerada um importante problema de saúde pública. Quando demonstra sintomas, o quadro clínico é variável, mas os pacientes podem apresentar anemia, fraqueza, parestesias (sensação de formigamento), dores nos nervos (neuropatias), esquecimento (levando a um quadro de demência), entre outros.
Segundo dados publicados no Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial,60% da população pode ser deficiente em vitamina B12. Em países industrializados, estudos epidemiológicos mostraram uma prevalência da deficiência de vitamina B12 na população geral próxima a 20%. Em países em desenvolvimento como Índia, México e Guatemala, foi verificada alta deficiência de vitamina B12 em gestantes, lactantes e crianças em período de amamentação. Isso mostra o risco eminente de levar a transtornos hematológicos, neurológicos e cardiovasculares, especialmente, por interferir no metabolismo da homocisteína, um aminoácido presente no plasma do sangue que participa de reações de metilação do organismo.
O diagnóstico precoce é fundamental para prevenir e impedir a progressão de distúrbios neurológicos, como a neuropatia periférica e a demência por deficiência de vitamina B12.
Tratamento – Atualmente, existe o tratamento parenteral (injeções intramusculares), método que causa dores agudas – e que leva pessoas, muitas vezes, a negligência e que também pode ser dificultoso em pacientes muito magros ou com distúrbios de coagulação. Há também o tratamento Oral, que pode ser utilizado em casos de deficiência leve ou assintomática, e em pacientes que não apresentam condições de má-absorção. A grande novidade é o tratamento sublingual de forma ativa, que oferece absorção imediata, um alívio ao paciente e enfatiza que nem todo tratamento médico precisa ser doloroso e incômodo, uma realidade vivenciada ao longo de todos esses anos por aqueles que precisam da suplementação.
Segundo especialistas, a melhor forma de descobrir se há deficiência desta vitamina no organismo, é realizar exames de sangue com frequência ou ao menos uma vez ao ano.