Trabalhos em prol de crianças e adolescentes que estão nos abrigos à procura de um lar motivam Maria Angélica.
Fotos: Arquivo pessoal Maria Angélica
A psicóloga Maria Angélica Amarante dos Anjos, moradora de São Bernardo do Campo/SP, vem ganhando destaque nos trabalhos que realiza. Além da formação em psicologia, Angélica possui outros conhecimentos que agregam tanto na carreira profissional, quanto na vida pessoal. Além de psicóloga, ela é escritora, palestrante e mãe pelas vias da adoção, motivo que a faz desenvolver inúmeros trabalhos em prol do assunto e até mesmo aprimorar um dom presente em sua vida desde 1980: o artesanato.
“Nos anos 80, junto com alguns membros da minha família de origem, aos finais de semana, eu produzia algumas peças artesanais em madeira nas feiras de artesanato na Praça Lauro Gomes e na Feira do Verde do Riacho Grande”, relata.
Mas, o que Angélica não imaginava é que anos mais tarde, em 2014, o artesanato se tornaria uma atividade de distração em um período muito marcante na vida dela e do esposo, Wilson dos Anjos: a espera de um filho que, diferentemente da forma tradicional, estava sendo gerado no coração do casal, que ansiosos aguardavam o momento em que a adoção do garoto Jonas Henrique, na época com 8 anos e meio de idade, fosse aprovada.
“Eu retomei os trabalhos de artesanato neste tempo de espera pela chegada do meu filho. Ser mãe pelas vias da adoção é como uma gestação invisível e o artesanato me ajudou a controlar a ansiedade”, comenta a psicóloga.
Com a chegada de Jonas, os trabalhos continuaram e aí havia mais uma motivação: fazer lembrancinhas para os aniversários do filho, presentes de Natal para a família e até mesmo enfeites para o lar, que acabara de ganhar um novo integrante.
Um ano após a chegada do menino, em 2015, Angélica deu início a um trabalho voluntário de apoio a adoção. Criou a página “Anjos da Guarda Serviços de Apoio à Adoção”, onde além de produzir e publicar conteúdos sobre o universo da adoção, auxilia adotantes de todo o Brasil que ainda possuem dúvidas ou preconceitos em adotar.
A partir daí, novas oportunidades foram surgindo, e o trabalho em prol da adoção só foi aumentando tanto no amor quanto na produção de conteúdos sobre o assunto. Como resultado, em 2018, Angélica participou do Edital ProAc 33/2018 na categoria prosa e foi uma das contempladas com o prêmio que deu origem ao seu primeiro livro intitulado “Fui Adotada aos 56 anos – uma história real de adoção tardia”. No evento de lançamento, realizado em junho de 2019, mais uma vez o artesanato estava presente: a psicóloga, que agora se tornara escritora, produziu lembranças artesanais para serem entregues junto com os exemplares do livro.
Atualmente, praticamente dois anos após lançar a primeira obra, Angélica foi contemplada com mais uma premiação. Desta vez, por meio da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal e Secretaria de Cultura e Juventude de São Bernardo do Campo, que não somente deu origem ao segundo livro cujo título é “Histórias na Varanda – Conversas sobre Adoção e Vida”, como também permitiu que a psicóloga fosse reconhecida por seus trabalhos de artesanato, sendo ganhadora também desta categoria. “A arte em madeira propicia um efeito terapêutico, principalmente nos tempos atuais em que vivemos sob a pandemia do coronavirus, além de ser uma opção de rendimento e de personalização de presentes para as pessoas queridas”, explica.
Sobre os modelos, Angélica conta que produz o trabalho em pregadores de madeira e peças de MDF no formato quadrado, retangular ou redondo. “Os itens podem ser utilizados como ímãs de geladeira, enfeites de Natal, lembranças de nascimento, aniversário e datas especiais, assim como para valorizar e personalizar outros presentes dando um toque diferente nas embalagens”, finaliza.
Em cumprimento ao Edital da Lei Aldir Blanc, os produtos artesanais foram entregues na quinta-feira, 20/05, na Chácara Silvestre, em São Bernardo. Já o “Histórias na Varanda – Conversas sobre Adoção e Vida”, foi lançado no dia 25/05 às 10h no Facebook da autora. Coincidentemente, o lançamento foi no mesmo dia em que celebramos o Dia Nacional da Adoção.