O campeonato, promovido pela Academia de Ciências de Nova York e a United Technologies Corporation, com patrocínio da United Airlines, contou com a participação de 126 equipes de estudantes, dos quais apenas oito foram premiadas. Premiação aconteceu em 26 de julho, na Academia de Ciências de Nova Iorque, no World Trade Center.
O Brasil é, mais uma vez, destaque em premiação internacional que reúne estudantes, de todo o mundo, entre 13 e 18 anos.
Esse ano, um aluno do Ensino Médio do Colégio Objetivo Mogi das Cruzes (SP), Tomáz Maia Suller foi o único brasileiro a ser premiado no campeonato United Technologies Aerospace Challenge.
O mogiano compôs equipe com outros cinco estudantes estrangeiros – três dos Estados Unidos, um da Moldávia e um do Paquistão, formando o grupo Hephaestus. A premiação aconteceu no dia 26 de julho na Academia de Ciências de Nova Iorque, no World Trade Center.
A prova propôs aos participantes o desenvolvimento de soluções inovadoras e viáveis para modernizar a aviação comercial e o setor aéreo mundial. Para isso, os estudantes tiveram que elaborar projetos que integrassem tecnologia de ponta à indústria aeroespacial para aprimorar o desempenho, aumentar a eficiência e melhorar a experiência do passageiro durante um voo.
Seguindo esta linha, a equipe Hephaestus desenvolveu um projeto que integrou tecnologia de última geração à indústria aeroespacial, tornando-a mais eficiente, verde e competitiva. Eles desenvolveram cinco propostas:
- Adoção de materiais compostos;
- Utilização do que denominaram asas voadoras, contemplando design em que o corpo do avião também gera empuxo, tornando-o mais econômico;
- Um sistema de automação tanto para determinar a rota do avião quanto para deixar o check-in mais rápido, por meio de biometria e reconhecimento facial;
- Acentos de espuma adaptável, que se moldam ao corpo do passageiro e são mais confortáveis;
- Sistema de entretenimento que permite aos usuários utilizarem seus próprios aparelhos eletrônicos no avião por meio de uma rede sem fio.
De um total de 126 equipes inscritas no campeonato, o projeto do sexteto ficou entre os oito melhores, o que rende aos vencedores prêmios e a aceitação automática na Academia de Ciências de Nova York (Júnior). “Além do desafio da elaboração do projeto, também enfrentamos a distância e as diferenças de horários. Mas realizávamos reuniões semanais por aplicativos de mensagens e vídeos para compartilhar ideias, melhorias e definir o que cada um faria. Contudo, foi extremamente animador saber que estávamos entre os melhores grupos da competição”, conta Suller.
O PROJETO
O futuro dentro do alcance
Analisando como o uso de tecnologia de ponta pode
revolucionar a maneira como voamos
Tomáz M. Suller – Colégio Objetivo de Mogi das Cruzes
Desde a sua criação, a indústria aeroespacial tem pressionado continuamente os limites das capacidades humanas, explorando totalmente os avanços técnicos. No entanto, a indústria não conseguiu integrar melhor os processos de fabricação de última geração, os materiais mais recentes e, mais criticamente, aparentemente não reconheceu o valor dos modelos computacionais modernos. À luz de tais observações, propomos a implementação de tecnologias já existentes, de modo a permitir uma experiência de voo mais rápida, mais simples, mais eficiente e mais confortável no século XXI.
Através de uma extensa análise bibliográfica dos últimos desenvolvimentos nas áreas de ciências dos materiais, telecomunicações e engenharia aeronáutica, uma lista de tecnologias atualmente acessíveis foi compilada. Publicações científicas de renome publicamente disponíveis, artigos individuais e patentes estão entre os visitados, a fim de explorar a maior variedade de locais para intervenção.
Componentes Estruturais e Design
Materiais compósitos são imperativos no projeto de aeronaves do futuro por uma série de razões, como a diminuição significativa no peso usando plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP), melhorando a economia de combustível; custo reduzido de montagem e manutenção; maior tolerância a danos, melhorando a confiabilidade geral. O CFRP pode manter suas propriedades (forma, integridade) em um gradiente de temperatura e pressão muito mais amplo do que o alumínio de grau aeroespacial.
Além disso, a implementação de tais materiais permite o uso de projetos mais exigentes e modernos. Concluímos que uma aeronave Blend Wing Body (BWB) poderia impactar positivamente muitas áreas, incluindo eficiência, escalabilidade, tempo de fabricação e segurança.
A aeronave X-48B foi desenvolvida em conjunto pela NASA e pela Força Aérea dos Estados Unidos.
Um exemplo de como os materiais compósitos podem substituir as ligas metálicas atuais, reduzindo os custos operacionais e aumentando tanto a longevidade quanto a confiabilidade.
Automação
A segurança é uma das principais áreas de interesse para automação, e uma das que mais pode se beneficiar dela. A varredura biométrica tem a capacidade de acelerar o processo de verificação, mas também torná-lo mais seguro. Outro aspecto da viagem aérea que pode ser melhorado por sistemas automatizados é o planejamento de rotas. Em vez de um processo complexo e oportuno, a Inteligência Artificial pode integrar dados de várias embarcações, portos e estações meteorológicas.
A ampla adoção da autenticação biométrica nos portos de entrada não só aumentará sua segurança, mas também a velocidade do processo de check-in.
A integração dos atuais meios de automação aos modelos de aprendizado de máquina de última geração permitirá que rotas mais rápidas e eficazes sejam escolhidas dinamicamente.
Experiência de Passageiros
O uso de tecnologias sem fio em aeronaves permitiria aos passageiros acessar muito mais formas de entretenimento de uma maneira mais barata e mais pessoal. Dessa maneira, o sistema poderia ser mais facilmente atualizado. Também em necessidade urgente de atualização são assentos de avião. Através do uso de espuma de poliuretano de baixa resiliência, a roupa de cama se adapta ao corpo dos passageiros, permitindo também um maior fluxo de calor do corpo do viajante para fora. Permitir que os passageiros consumam mídia através de seus próprios dispositivos inteligentes apresenta várias vantagens para o atual modelo centralizado de distribuição de conteúdo.
O uso de novas tecnologias, como a espuma de memória, tem o potencial de tornar os assentos das companhias aéreas mais confortáveis, adaptando-se aos corpos dos folhetos a um custo acessível.
Conclusão
Em resumo, a adoção de materiais compósitos em vez de ligas de alumínio em certas partes da aeronave tem o potencial de economizar combustível e permitir projetos de aviões mais novos e eficientes, como aeronaves BWB. Além disso, a adoção da inteligência artificial beneficiaria as operações terrestres – com foco especial em segurança e embarque – e pilotagem. Por fim, a distribuição de entretenimento sem fio para os dispositivos pessoais dos panfletos, além de assentos mais confortáveis, tem o potencial de, mais uma vez, tornar os voos acessíveis uma experiência agradável.