Passados 25 anos desde o início do Projeto Tietê – iniciativa do governo estadual que já consumiu US$ 2,7 bilhões em obras destinadas a despoluir e revitalizar o rio que corta boa parte do Estado e seus afluentes –, três dos sete municípios da região podem ser considerados os ‘patinhos feios’ quanto ao esgoto enviado para tratamento. Aliás, fazer com que os dejetos cheguem à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), na divisa de São Caetano com São Paulo, é primordial para que o objetivo seja atingido. Afinal, são cerca de 2,7 milhões de moradores e milhares de empresas que contribuem para a degradação de dezenas de córregos que nascem nas cidades da região e deságuam no Tamanduateí, rio que corta boa parte do Grande ABC até chegar ao Tietê.
Das três cidades com os piores indicadores de esgoto tratado, duas estão sob o guarda-chuva da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Diadema e São Bernardo, respectivamente, são as duas primeiras colocadas no ranking regional de maus-tratos ao meio ambiente no quesito saneamento, com apenas 30% e 32% de esgoto destinado à ETE-ABC. Segundo o cronograma da empresa estadual, Diadema terá 100% dos dejetos coletados e tratados em 2020, enquanto em São Bernardo, cidade mais populosa da região (822.242 habitantes), a meta de 95% deverá ser atingida em 2024. Portanto, a intenção é fazer em três (Diadema) e em sete anos (São Bernardo) o que não se conseguiu em 19 anos, tempo em que a ETE está em operação – foi inaugurada em 5 de junho de 1998.
Para atingir a meta, a companhia destaca que as principais intervenções em Diadema são obras de expansão do sistema, com redes de coleta e ligações para atendimento do crescimento vegetativo; obras de expansão dos coletores, para recebimento do esgoto e direcionamento à ETE-ABC para tratamento; ação integrada de saneamento em áreas de baixa renda; e execução de interligações em coletores existentes e redes de esgoto no município.
Já em São Bernardo o destaque é a implantação do sistema de esgoto sanitário nas bacias Billings e Couros. Segundo a empresa, as intervenções abrangem coleta e exportação do esgoto da Bacia Billings para tratamento na ETE-ABC.