O sonho de baratear os custos em um condomínio faz muitos locais experimentarem alternativas que prometem soluções sem levar em conta os riscos a que estão expostos.
A Portaria Virtual ou Portaria Eletrônica ou Portaria à Distância – diversos nomes para o mesmo problema – tem causado dor de cabeça em moradores que resolvem experimentar a novidade e, ao se arrepender, encontram-se presos a contratos que os impedem de se desvincular no momento desejado.
Nos últimos anos, os números de assaltos em condomínios têm aumentado nos locais que demitiram os funcionários próprios e instalaram a Portaria Virtual. Entidades sindicais e autoridades em segurança são unânimes em dizer que os bandidos preferem locais onde não há interação com pessoas e que os porteiros de edifícios são um obstáculo a mais a ser transposto para a execução do crime.
Além de não atuar com a barreira humana (funcionários), a Portaria Virtual também está suscetível a oscilar com as quedas de energia, falhas na internet e a distância em que operam (as empresas atendem diversos edifícios ao mesmo tempo em escritórios distantes do local). Essas variáveis divergem da prestação de serviço presente e atuante dos porteiros que, além das questões de segurança, fazem parte do dia a dia dos moradores conhecendo a rotina dos mesmos, auxiliando-os na entrada e saída, recebendo mercadorias, prontos para agir em situações de emergência, entre tantos outros itens.
Na dúvida entre trocar o certo (funcionários) pelo duvidoso (portaria virtual) vale a pena avaliar detalhadamente as questões de segurança e vantagens de cada serviço. Acreditar simplesmente que reduzir custos é a solução pode ser um erro irreversível ao colocar em risco a vida de diversas famílias.
por Elisângela Machado