Sintomas variados podem ser os principais motivos para a dificuldade no diagnóstico
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Texto: Assessoria de imprensa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 750 milhões de pessoas sofrem de doenças tireoidianas, com cerca de 60% da população, especialmente mulheres acima dos 40 anos, desconhecendo essa condição. O médico Dr. Silas Soares, especialista em saúde integrativa e funcional, pontua que a falta de informação e os sintomas sutis frequentemente dificultam o diagnóstico precoce dessas doenças.
“A tireoide é uma glândula localizada na região do pescoço, que regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Quando há disfunção da tireoide, ela pode liberar hormônios em quantidade insuficiente (hipotireoidismo) ou em excesso (hipertiroidismo). Em ambas as situações, a glândula pode aumentar de tamanho, resultando no que é conhecido como bócio. Esses distúrbios podem surgir em qualquer fase da vida”, explica Dr. Silas.
O especialista em saúde preventiva ressalta que pacientes mulheres são as principais diagnosticadas com o hipotireoidismo, principalmente durante a menopausa ou no período pós-parto, já que são mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças autoimunes. A lista de sintomas entre mulheres, que podem ser diagnosticadas em qualquer fase da vida, se estende já que a patologia pode causar diferentes alterações no ciclo menstrual.
Por conta dos sintomas variados, a decisão de procurar a ajuda profissional pode ser tardia para muitos pacientes, principalmente pela dificuldade de identificar os sinais regulares. Dr. Silas sugere um check up anual ou a procura por um endocrinologista quando a pessoa notar uma mudança brusca na qualidade de vida, quando há dificuldades em concluir tarefas comuns ou que já fossem habituais. Além disso, quando também houver mudanças de hábitos intestinais, no aumento de peso e na indisposição ao realizar atividades físicas.
Apesar de ser comum, o hipotireoidismo e hipertireoidismo não são as únicas patologias que podem surgir na glândula. O câncer de tireoide, embora raro, pode acometer homens e mulheres, com maior risco entre 25 e 65 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Quando procurar ajuda?
“As pessoas estão cada vez mais vivendo em uma rotina corrida. O cansaço e a indisposição se tornaram sensações comuns no dia a dia, então os sinais que antes serviam como um alerta, hoje são normalizados. Por isso, é importante fazer um check-up pelo menos uma vez ao ano, realizando exames laboratoriais, através da coleta de sangue. A partir dele poderá ser feita uma avaliação sobre o TSH e os hormônios T4 e T3, já que servem como referências para avaliar se a tireoide está funcionando corretamente ou não”, recomenda o médico.
Silas também ressalta que os exames laboratoriais frequentes são ainda mais importantes para pacientes que possuem altas chances para o desenvolvimento do hipotireoidismo. No grupo de risco estão: mulheres acima de 35 anos, principalmente as que estão passando pelo período de pós-parto, de pós-menopausa e que sejam gestantes, iodos, pessoas com um histórico familiar de doenças autoimunes e obesos.
Os tratamentos para as patologias
O tratamento para o hipotireoidismo é mais simples e não varia. Os pacientes são encaminhados a ingerir, por toda a vida, medicamentos que irão regular e controlar a produção dos hormônios T3 e T4, revertendo essa queda. A única atenção maior é em relação à dosagem, já que pode variar ao longo dos anos.
“Já em casos de hipertireoidismo, há uma variação maior em relação às terapias para a patologia, levando em consideração a idade do paciente e a gravidade do caso. É comum que o tratamento por medicamentos seja indicado logo após o diagnóstico. Entretanto, há o tratamento com iodo radioativo, que irá destruir permanente a tireoide, precisando ingerir o hormônio tireoide anos para o resto de sua vida para manter níveis hormonais normais. Por fim, há a opção de realizar a cirurgia, que também irá remover a tireoide, porém pode afetar os nervos da laringe, comprometendo as cordas vocais, geralmente é indicado quando o medicamento e o iodo radioativo não são recomendados ao paciente”, finaliza o dr. Silas Soares.