No Brasil, cerca de 32.000 crianças e adolescentes vivem nos abrigos. Dentro deste número, cerca de 4.000 se encontram aptos à adoção
Dia 25 de maio é uma data importante que muitas das vezes é desconhecida por grande parte da população. Trata-se do Dia Nacional da Adoção, instituída pela Lei 10.447 de maio de 2002, destinada a dar visibilidade às crianças e adolescentes que estão nos abrigos à espera de um lar.
Para fazer com que este assunto se torne mais conhecido e também ajudar as crianças e adolescentes, bem como os casais que desejam adotar, existem diversos GAAs – Grupos de Apoio à Adoção – espalhados pelo Brasil, que fazem encontros semanais, quinzenais ou mensais para trabalharem o assunto. Dentre eles, o GAA – Anjos da Guarda Serviços de Apoio a Adoção, coordenado por Maria Angélica Amarante dos Anjos, psicóloga e escritora de São Bernardo do Campo, que se tornou mãe pelas vias da adoção em 2014, aos 56 anos, após a chegada da filha Joey, na época com oito anos e meio de idade.
O trabalho da psicóloga no campo da adoção é tão intenso que em 2018, ela participou do Edital ProAc – um programa de incentivo promovido pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Angélica se inscreveu na categoria Prosa, onde enviou uma coleção de textos autorais. Como resultado, foi uma das sete premiadas entre os 158 participantes. E, com isso, em 2019, lançou o livro “Fui Adotada aos 56 anos – uma história real de adoção tardia”, onde relata as experiências da maternidade pelas lindas vias da adoção. Após o lançamento, Angélica deu início a uma série de palestras em diversos lugares do Brasil.
O segundo livro de Angélica chama-se “Histórias na Varanda – Conversas sobre Adoção e a Vida” e é resultado da premiação que a psicóloga ganhou da Lei Aldir Blanc, promovida pela secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo.
Para ela, celebrar o dia Nacional da Adoção, é muito importante, pois é um marco deste universo no Brasil, além de uma oportunidade para dar mais visibilidade ao tema, ainda não explorado em nosso país, já que tantas crianças e adolescentes estão nos abrigos à espera de um lar.
Segundo a psicóloga, embora este número seja alto, somente 4 mil estão cadastrados para adoção, pois o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente determina a reinserção da criança em sua família de origem . “São várias etapas a serem cumpridas para garantir o direito da criança de retornar à sua família. Somente esgotadas as tentativas de reinserção, é que ocorre o processo de destituição familiar, quando então a criança ou adolescente pode ser encaminhada a uma família substituta, isto é, serem adotados. A necessidade de uma maior celeridade destas etapas é motivo de ampla discussão”, relata.
De acordo com Angélica, outro fator que implica no aumento no número de crianças e adolescentes abrigados, é o fato de que a maioria dos casais adotantes traça um perfil do filho que desejam, geralmente : bebê até seis meses, menina, branca, saudável e sem irmãos, o que segundo a psicóloga, é totalmente inverso a realidade que temos. “O trabalho dos grupos de apoio é fundamental para que os adotantes possam ter uma mudança de perspectiva, ampliando de forma consciente o perfil desejado”, ressalta.
Sobre as etapas para adotar uma criança ou adolescente, Angélica informa que ocorrem da seguinte forma: “Em primeiro lugar, deve-se dirigir ao Fórum de sua cidade ou comarca, na Vara da Infância, e expressar o seu desejo de adotar. O pretendente receberá uma relação de documentos que deve apresentar, assim como as reuniões que são obrigatórias. Geralmente os documentos são: comprovante de residência, comprovante de rendimento, requerimento para ingressar no Sistema de Adoção, atestado de saúde. Geralmente o Juiz faz um curso periodicamente para os candidatos. Em muitas comarcas o candidato também deve frequentar um grupo de apoio à adoção e fazer uma visita assistida num abrigo. Após esta etapa, haverá entrevista com o psicólogo e o assistente social da Vara da Infância. Depois, o juiz julgará a entrada do adotante no Sistema de Adoção”.
Sobre a importância de adotar uma criança ou adolescente, a psicóloga afirma que é preciso abrir o coração para o amor. “Não importa o modo como os filhos chegam aos nossos braços. Filhos são filhos, e precisam de amor, cuidados e orientações. Toda criança e adolescente merece uma família para receber os nutrientes necessários para a sua vida. Não é preciso gestar para ser mãe ou pai”.
E por fim, Angélica faz um convite: “Os GAA’s de todo o país fazem eventos para comemorar o Dia Nacional da Adoção, com diversas atividades. Em São Paulo, teremos a caminhada da Adoção na Avenida Paulista no dia 26 de maio, domingo, com saída às 10h do Vão Livre do Masp. Amigos, familiares e simpatizantes da causa podem participar”, conclui.
Conheça o trabalho de Angélica!
Acompanhe a página “Anjos da Guarda – Serviços de Apoio a adoção” no Facebook.
Visite o grupo presencial! Para mais informações, entre em contato pelo whatsApp: (11) 97257-5660 e faça a sua inscrição para participar.