Levantamento aponta que o número de inadimplentes residentes na região cresceu
Um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apresentado pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul, mostra que 74,05% dos consumidores inadimplentes no Grande ABC possuem dívidas com os bancos.
O levantamento, que possui dados referentes a dezembro de 2022, explica que o setor com participação mais expressiva do número de dívidas dos consumidores no Grande ABC foi o de Bancos, aparecendo, em seguida, Água e Luz (10,97%), Outros (8,03%), Comunicação (3,90%) e Comércio (3,06%).
Além disso, o relatório mostra também que o número de inadimplentes residentes na região do Grande ABC cresceu 13,81% em dezembro de 2022, em relação a dezembro de 2021. O dado ficou acima da média da região Sudeste (8,01%) e acima da média nacional (8,79%).
Em dezembro de 2022, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 4.898,27 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 27,52% dos consumidores da região tinham dívidas no valor de até R$ 500,00 percentual que chega a 40,06% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000,00. O tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região da Grande ABC é igual a 24,9 meses, sendo que 31,80% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.
O levantamento mostra que o número de dívidas em atraso de moradores da região da Grande ABC cresceu 26,35%, em relação a dezembro de 2021. O dado ficou acima da média da região Sudeste (19,82%) e acima da média nacional (19,60%). O setor com participação mais expressiva do número de dívidas em dezembro na região da Grande ABC foi Bancos, com 74,05% do total de dívidas.
Em dezembro de 2022, cada consumidor inadimplente residente na região da Grande ABC tinha em média 2,014 dívidas em atraso. O número ficou abaixo da média da região Sudeste (2,030 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,001 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Para o presidente da CDL São Caetano, Alexandre Damásio Coelho, a alta porcentagem da inadimplência com bancos se dá através de diversos fatores. “Entre os pontos importantes que podemos trazer com relação aos dados, está o fato de a região seguir pujante, pois segue obtendo crédito, além da série de incentivos públicos ocasionados no ano passado e o aumento da população bancarizada desde a pandemia”, comentou Coelho, que defende também pactos a favor da educação financeira e da realização de feirões regionais de negociação de dívidas.
O coordenador do Procon Consórcio ABC, Victor Paulo Ramuno, detalhou sobre os atendimentos nos municípios. “Na região do ABC, foram cerca de 960 atendimentos durante o ano somente para consumidores que se sentiram lesados pelos bancos. Em janeiro, acredito que haverá um salto nestes números, em virtude de impostos como o IPTU, IPVA, bem como os gastos de fim de ano, que acabam gerando dívidas bancárias. Como motivo para o salto no número de dívidas bancárias, também está a precarização dos salários, bem como o salto na inflação”, comentou Ramuno, que recomendou, aos munícipes da região, acessarem os vídeos do Procon presentes no canal do Consórcio ABC no Youtube para orientações e dicas sobre organização financeira e outros temas.
O presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, Aroaldo da Silva, ressaltou a importância de que esses dados sejam utilizados na formulação de políticas públicas. “O relatório mostra um endividamento crescente na região. Nesse sentido, a Agência, através das informações da CDL, está encaminhando os dados para os sete municípios, para a promoção de ações e políticas públicas visando a diminuição do número das pessoas endividadas”, comentou Silva.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Texto: Divulgação / Agência ABC