Hospital Paulista de Otorrinolaringologia alerta para o hábito capaz de levar mais de um bilhão de jovens a desenvolver problemas auditivos
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No trabalho, no transporte e, até mesmo, na hora de dormir, utilizar fones de ouvido é uma prática muito comum no dia a dia das pessoas. Mas é preciso saber que deixar o volume além dos 80 decibéis é perigoso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 50% dos jovens, entre 12 e 35 anos, o que representa mais de um bilhão de pessoas, corre o risco de perder a audição, e uma de cada dez pessoas sofrerá de perda auditiva incapacitante até o ano 2050, o dobro do número atual.
“A exposição a ruídos muito altos, seja em shows e baladas, ou pelo uso de fones de ouvido, é muito prejudicial. Mas é possível, com bons hábitos, evitar problemas na audição. O tempo de exposição pode fazer a diferença”, afirma o Dr. Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
Bom uso dos fones de ouvido
O tempo de uso, o nível do volume e o tipo dos fones de ouvido são determinantes para manter a boa saúde auditiva. “É possível escutar música por até 8 horas diariamente, com o volume abaixo de 80 decibéis. Porém, quanto maior o volume, menor o tempo de uso. Por exemplo, acima de 100 decibéis, o tempo cai para 4 minutos por dia”, explica o especialista.
Para saber se o som está adequado, basta observar o indicador de volume. Em opções com escala de 0 a 10, mantenha entre o 5 ou o 6. Já o volume de escala visual, sem indicação de números, deixe até a metade.
Além disso, a melhor opção é utilizar os tipos de fones ao redor da cabeça, cobrindo as orelhas, em vez das opções introduzidas no ouvido. Outra dica importante é optar por aparelhos com noise cancelling, ou com redução de ruído. Estes modelos eliminam o barulho externo, sendo possível deixar o volume do som mais baixo.
“Quanto maior a distância entre a fonte sonora e o ouvido, melhor, por isso as opções de fones externos é a mais indicada. Mas, fica o alerta: como a pessoa não ouve os ruídos exteriores, acaba não prestando atenção no que está acontecendo a sua volta e, assim, o número de acidentes, como quedas e atropelamentos, aumenta”, diz Dr. Gilberto.