A Unicamp Campinas firmou na segunda-feira (29-jan) com a Aché Laboratórios e a Eurofarma Laboratórios uma parceria inédita na indústria farmacêutica brasileira. As instituições pretendem implantar um programa de pesquisa para o desenvolvimento de novos medicamentos oncológicos e anti-infecciosos.
Segundo a universidade, pela primeira vez no Brasil, as pesquisas serão baseadas no chamado modelo de inovação aberta, ou seja, todo o conhecimento adquirido (até a fase de validação do potencial terapêutico dos alvos biológicos) será de domínio público e poderá ser utilizado na identificação e desenvolvimento de moléculas que poderão ser patenteadas após encerrada a fase dos estudos.
Após o término desta fase, as empresas farmacêuticas poderão patentear seus candidatos a fármacos. Com investimento inicial de R$ 8,4 milhões, o projeto prevê a pesquisa de novas moléculas para o desenvolvimento de anti-infecciosos, como antibióticos e antiparasitários, no caso da Eurofarma, além de medicamentos voltados ao tratamento de câncer, no caso do Aché.
A pesquisa aberta segue a linha do modelo internacional SGC (Structural Genomics Consortium), uma Parceria Público-Privada, sem fins lucrativos, que desenvolve estudo básico e apoia a descoberta de novos medicamentos, em um modelo que não produz patentes e permite acesso irrestrito a seus resultados.
A Unidade Embrap II Cqmed/Unicamp (Centro de Química Medicinal de Inovação Aberta), vai financiar R$ 1,8 milhão por empresa. O restante será coberto pelas empresas.
Segundo coordenador da Embrap, Paulo Arruda, o desenvolvimento de novas drogas pode levar uma década e tem em sua fase inicial um período crucial.
A parceria vai durar de 5 a 6 anos o que facilita a descoberta de novos medicamentos. Caso seja desenvolvido um fármaco, demora de 10 a 15 anos para ser usado em humanos.