A previsão não é boa para quem tem de passar com frequência na farmácia. Que os medicamentos são reajustados anualmente no final de março, muitos consumidores regulares sabem. Mas neste ano, o setor farmacêutico projeta um aumento acima da inflação, algo que não acontece há 10 anos. Vem da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) essa previsão. O aumento anual pode ficar em 12,5%, dizem as indústrias. A base de cálculo para o reajuste de medicamentos é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula alta de 10,36% em 12 meses até fevereiro. O governo, no entanto, ainda não confirma de quanto será o aumento.
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Em algumas farmácias de Santa Maria, os consumidores estão sendo avisados da escalada dos preços dos remédios. Na São João, cartazes e balconistas alertam os clientes de que, no próximo mês, os medicamentos estarão 12,5% mais caros. Os cartazes foram afixados nos balcões na semana passada.
– Para os que não veem a placa, a gente fala que vai ter aumento. A maioria dos que procuram medicamento de uso contínuo está aproveitando para comprar mais caixas. O pessoal está comprando antecipadamente remédio para no mínimo três meses, porque o aumento será o maior dos últimos anos – comenta a gestora da farmácia 24h da São João, Débora Ramos.
O Ministério da Saúde se limita a esclarecer que a regulação é de responsabilidade da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial que define o aumento todo ano. Em 2015, essa câmara fixou em 6% o reajuste médio dos remédios. Sobre os 12,5% previstos, o ministério não faz comentário.
Para a Interfarma, a perspectiva é que esse índice só seja alterado se houver mudanças nos critérios utilizados pelo Ministério da Saúde para o cálculo. Pesam nessa conta, fatores como a produtividade da indústria, a concorrência no setor farmacêutico e o custo dos insumos. Para as indústrias, as oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica tiveram grande influência na alta dos índices.
O governo, no entanto, ainda não confirma de quanto será o aumento. Ao todo, 19 mil produtos estão sujeitos ao novo reajuste. Enquanto o aumento ainda não está em vigor, confira dicas de como economizar e quais benefícios você tem direito na hora de adquirir os medicamentos.