Sindicalista comentou sobre ações realizadas nos últimos anos em prol da categoria e projetos já em andamento
Foto: Reprodução do vídeo da entrevista
O Jornal União do ABC realizou mais uma entrevista importante para a sociedade. Desta vez, o entrevistado foi o presidente do Sindicato dos Rodoviários do ABC, Leandro Mendes da Silva, que comentou sobre como tem sido o trabalho realizado em prol dos trabalhadores, além de destacar quais projetos e investimentos o Sindicato tem feito para garantir melhorias para a categoria. “Este período após a pandemia foi muito difícil para nós, primeiramente porque o nosso presidente Chicão foi afastado para ser candidato a prefeitura de Presidente Prudente, mas foi eleito e está fazendo um excelente trabalho. Sendo assim, eu, como vice assumi a Presidência do Sindicato dos Rodoviários do ABC”, destacou Leandro.
Sobre os desafios enfrentados no inicio da gestão, o sindicalista ressalta que houve dificuldades, mas muito aprendizado também. “Peguei uma fase difícil, mas que acabou sendo boa porque eu nunca tinha sido presidente do Sindicato”, comenta.
Dentre as dificuldades, Leandro relembra os cortes de salários, demissões e infelizmente o falecimento de muitas pessoas conhecidas em decorrência da Covid-19. “Perdemos muitos amigos da categoria nessa pandemia. Além disso, tivemos que enfrentar a jogada que o governo fez da redução de 50% do salário, jornada reduzida, queriam reduzir também o valor do ticket, mas nós brigamos e não reduziram. Foi difícil porque não esperávamos esta pandemia, ela veio de repente, prejudicou a categoria, todos viviam com um determinado valor e tivemos que nos adequar com as reduções nestes dois anos. Imaginávamos que seria por uns três meses, depois seis meses, depois um ano, mas o problema foi se alastrando e até hoje vemos pessoas morrendo, ainda estamos perdendo amigos”, lamenta o presidente.
No entanto, Leandro afirma que houve conquistas também. “Ao longo da pandemia, conseguimos com alguns amigos e parceiros, cestas básicas para ajudar os trabalhadores que foram demitidos, conseguimos reformar nossa colônia de férias, que estava fechada. Além disso, no ano passado, no dia 25 de julho, quando se celebra o dia dos motoristas, fizemos uma live de comemoração porque não podíamos realizar a tradicional festa que o Chicão realizava todos os anos, mas fizemos esta live, doamos motos, geladeiras, micro-ondas, máquinas de lavar. Tudo foi feito para agradar a categoria e graças a Deus conseguimos vários presentes e brindes”, relembra.
“Atualmente, estamos lutando de novo para conquistarmos o reajuste nos salário, além do PRL que ficamos um ano sem receber, eles mantiveram os valores na convenção, mas os trabalhadores não receberam. Em novembro do ano passado, fomos a busca do PRL, além do aumento do ticket e do salário e graças a Deus, com o apoio da categoria, que inclusive veio em peso, tanto que tivemos que fazer a Assembleia na rua porque as pessoas não couberam dentro da sede do Sindicato. Como resultado, conquistamos um reajuste de 12% no salário, que estava com 10.8%. O PRL não voltou, mas ficou uma discussão agendada para maio e tivemos uma assembleia. Agora, o PRL voltará a ser pago em setembro. Antes, era pago em duas parcelas. Neste ano, os pagamentos serão em setembro, outubro e fevereiro do ano que vem. Vamos tentar um salário único porque antigamente tínhamos um salário do micro e do convencional, agora tiramos o micro, colocamos o midi e o convencional, mas sempre brigamos pelo salário do articulado. Se eles querem pagar o pequeno e o médio, porque não o grande? Já que não querem pagar o grande, não aceitamos o do pequeno, então estamos tentando!”, destaca Leandro.
Ainda sobre os reajustes, o presidente afirma que é para os trabalhadores se juntarem para que em maio de 2023, a categoria possa tentar conquistar o piso único. “A partir do momento que tivermos o piso único, teremos o PRL único e tudo muda. Atualmente, atendemos o turismo, urbano e carga. O carga tivemos a negociação agora em maio e fechamos 12% no salário e 15% nos benefícios. No turismo, fechamos 11% no salário de 10% nos benefícios. Além disso, o PRL voltou. O motorista que dirige um ônibus de 32 lugares é diferente do que dirige um de 44, mas o que dirige 80, é o articulado, por isso lutamos por um piso único”, explica o sindicalista.
Sobre o futuro, Leandro comenta que em dezembro será inaugurado um clube para os associados, que até então estava fechado. “O atual governo cortou todas as contribuições do sindicato, hoje vivemos com só com a mensalidade. Se não tivermos sócios, não temos como manter o sindicato. Temos a nossa sede própria em São Bernardo e o clube é nosso. Além disso, a colônia de férias é nossa, então o gasto é grande”.
Sobre a estrutura do clube, o presidente diz que há duas piscinas (sendo uma para adultos e uma para crianças), 15 quiosques, uma quadra de grama sintética e um salão para os associados promoverem festas de casamento, aniversário, reuniões, chá de bebê, e outros eventos. “Este é um espaço sem custo para os associados, só não temos hospedagem para dormirem. Temos 10 apartamentos, mas serão utilizados quando tivermos congressos, seminários. Sendo assim, a categoria pode utilizar o clube durante o dia e a noite tem que ir embora”, finaliza Leandro.