(Da Redação)
A passeata de centenas de grevistas, na manhã desta quarta-feira (23), não fez a Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) regularizar o plano de saúde dos 1.250 empregados.
Em assembleia no início da tarde, diante da prefeitura, os trabalhadores decidiram manter a greve iniciada na segunda-feira (21). Nesta quinta (24), às 7 horas, eles terão nova assembleia.
Após a passeata, que saiu da praça da biquinha, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos) teve reunião com representantes da empresa e da prefeitura.
Nessa reunião, o presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, foi informado que a companhia de economia mista não saldou completamente a dívida com a Santa Casa, gestora do plano de saúde.
O sindicalista estima que a dívida seja de aproximadamente R$ 1 milhão e 500 mil. Extraoficialmente, ele soube que a Santa Casa teria exigido um pagamento inicial de R$ 500 mil e reconhecimento da dívida.
Macaé diz não ter detalhes da negociação entre as duas partes: “Soube que a Codesavi teria depositado os R$ 500 mil, mas que o gestor do plano exige também o termo de confissão da dívida”.
Em seus discursos nas assembleias, feitas em locais públicos, o sindicalista pede desculpas à população pelos transtornos causados pela greve: “O povo sabe que não fazemos por maldade”.
“Os trabalhadores não têm prazer nenhum em paralisar as atividades”, diz o presidente do Sintracomos. “Gostaríamos, isto sim, que não houvesse o problema”.
A assembleia desta quinta-feira será na biquinha, onde os trabalhadores, segundo Macaé, “esperam receber a boa notícia do plano de saúde reativado”.
Limpeza
A categoria faz recolhimento de entulhos, varrição de praias, passeios, ruas, avenidas, praças, limpeza de canais, galerias pluviais, cata trecos, tapa buracos e reparos em equipamentos municipais.
São 1.250 homens e mulheres que enfrentam seguidos atrasos nos pagamentos de salários e benefícios como vale-refeição, cesta básica, vale transporte e mensalidades de empréstimos consignados.
Consignado e FGTS
Outra queixa diz respeito ao empréstimo consignado, descontado na folha salarial e não repassado à empresa de crédito conveniada. Dessa forma, segundo Macaé, os beneficiários têm seus nomes repassados ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa Experian.
Ele protesta ainda contra o desconto em folha do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), nos últimos dez anos, sem o devido repasse para a Caixa Econômica Federal (CEF). Ele pergunta “onde está esse dinheiro dos agregados do plano de saúde, do empréstimo consignado e do FGTS?”.