Os viadutos de Campinas são vistoriados periodicamente e com base em normas técnicas nacionais. A garantia é do secretário municipal de Infraestrutura, Pedro Leone Luporini, que descarta qualquer chance de acidente ou desabamento. O questionamento da reportagem é feito após a queda de parte de um elevado na área central de Brasília no dia 6. Ninguém ficou ferido, mas o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do PSB, admitiu a falta de manutenção.
Em Campinas, algumas das principais construções, como Miguel Vicente Cury, Laurão e Suleste, que fica em frente à Rodoviária, foram concluídas entre as décadas de 60 e 70. Mesmo assim, Luporini nega a possibilidade de colapso. Nesses casos, o secretário confirma que as estruturas são antigas, mas alega que o monitoramento na cidade é frequente e feito por empresas especializadas. A intenção é identificar rapidamente algum tipo de desgaste ou situação de risco.
Como exemplo dos acompanhamentos, o responsável pela Pasta de Infraestrutura cita um relatório recebido recentemente sobre dois elevados. Um deles, na Avenida John Boyd Dunlop e sobre o chamado Córrego do Asilo. O outro é justamente o Suleste, próximo à Avenida Lix da Cunha. No local, segundo Luporini, serão necessárias intervenções nas partes metálicas e de concreto. Mas mesmo sem entrar em detalhes, rechaça que haja perigo.
Além das contratações de mão de obra especializada, que são feitas dentro da lei, o secretário Pedro Leone Luporini diz que os relatórios de cada um dos viadutos de Campinas são sempre repassados ao Ministério Público. Ainda segundo ele, todos os trabalhos e medidas envolvendo as obras também são feitos pelo município conforme protocolos e critérios publicados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas para as vistorias e análises.
A observação prática e os documentos costumam detalhar, por exemplo, as condições de vigas e fundações e até mesmo o fluxo diário de veículos. Por outro lado, em situações envolvendo velocidade e tráfego, a Emdec é consultada. Uma situação que exigiu esse esforço conjunto aconteceu após a morte de um homem na queda de um ônibus do Viaduto Cury em julho de 2013. Na época, um guard-rail mais alto foi estudado, mas a redução da velocidade foi adotada.