Patricia Y. Agopian, especialista em carreira, dá orientações para os candidatos serem aprovados em processos seletivos
Buscar emprego é uma tarefa desafiadora e requer paciência e estratégia. Afinal de contas, você tem que se candidatar a diferentes oportunidades e enfrentar diversas etapas dos mais diferentes processos seletivos. No entanto, os esforços podem valer a pena, já que o Brasil fechou o primeiro semestre de 2023 com um saldo positivo de 1.023.540 milhão de empregos formais criados, de acordo com o novo cadastro geral de empregados e desempregados (Novo Caged). E para não perder essa chance, vale se preparar para as entrevistas de empregos. A especialista em carreira, Patricia Y. Agopian, à frente da Bússola Executiva, escola digital que ensina como conquistar a ascensão profissional, dá algumas dicas estratégicas e que fogem do óbvio.
1. Por onde começar:
Na maior parte das entrevistas, os recrutadores iniciam a conversa pedindo para o candidato falar um pouco sobre ele. “Sempre que for falar de você, comece por um breve resumo da sua vida pessoal: status civil, com quem mora, o que gosta de fazer, se tem filhos… Depois, entre na trajetória profissional em ordem cronológica. Sempre de forma íntegra e verdadeira. Fale dos resultados que gerou para empresas por onde passou. Pode ser uma conquista ou um grande aprendizado. Se puder levar números, nunca absolutos e sim em %. Lembre-se: quando você se prepara para uma entrevista, suas chances são maiores”, recomenda a especialista em formação e aceleração de carreira executiva.
2. Crie conexão e encante o entrevistador:
Contar sua jornada e seus resultados com motivação é essencial. “O candidato precisa de brilho no olhar e firmeza na voz. Demonstre orgulho em ter feito parte do projeto ou daquele resultado, sem entrar no detalhe; fale do seu legado. Mostre abertura ao novo. Observe a reação de quem entrevista você, faça a leitura do outro e vai testando sua fala. Um exemplo de como criar conexão: você fala que tem filhos e o entrevistador sorri, pega esse gancho para criar uma ligação com ele, pergunta se ele também tem. E diz como os filhos trazem felicidade”, sugere Patricia Y. Agopian, considerada uma das primeiras mulheres a ocupar cargo de executiva em uma multinacional de varejo no Brasil.
3. Não omita suas fraquezas ou erros:
Quem nunca errou? “Os erros fazem parte, mostre como transformou o erro em aprendizado. Leve isso para entrevista de forma leve, sem enfatizar os gaps. Os assuntos têm a importância que o candidato dá. Se você é perguntado sobre alguma habilidade que não possua, não se desmotive. Mostre que está disposto a desenvolvê-la, que está aberto ao novo. Nunca se sinta como um devedor em uma entrevista. Faz toda a diferença a forma como transmite seu relato”, explica a CEO da Bússola Executiva.
4. Tempo:
Hoje em dia, o tempo é valioso. Saiba aproveitá-lo durante a entrevista. “Faça um bom uso do tempo, pois o entrevistador tem uma agenda a cumprir, um tempo determinado, por isso não entrar nos detalhes é tão importante”, afirma.
5. Período de permanência nas empresas:
Há pessoas, que por motivos diversos, não ficaram muito tempo nas empresas em que trabalhou e isso às vezes preocupa o candidato. “Mostrar que a diversidade de empresas na jornada profissional trouxe oportunidades de vivenciar e conhecer diversas culturas e gestores diferentes. Mas, que agora quer fazer carreira em uma empresa sólida e busca estabilidade”, simplifica Patrícia.
6. Como falar de liderança sem ter tido a experiência:
Se a entrevista é para um cargo de liderança, mas o candidato ainda não teve a oportunidade de fazer a gestão de uma equipe, Patrícia diz que não há problema nisso. “É necessário falar que oficialmente nunca foi líder, mas que acredita que há várias formas de liderança e contar algum projeto que você ficou à frente, mencionando os resultados obtidos por você e pela a equipe envolvida”, explica a especialista em formação de carreira.
7. Mostre Gratidão:
“Ser grato pelas experiências mostra reconhecimento. Por exemplo: o diretor da época, me ensinou muito. Naquele momento, eu apresentava um gap x, mas ele me desenvolveu e eu aprendi”, exemplifica Agopian.
8. Pretensão salarial:
Os candidatos sempre acham essa pergunta delicada. Patricia orienta responder de forma indireta, algo como: “Acredito que a empresa tenha uma política de salário, ferir a política não é o caminho, mas é importante fazer sentido pra mim. Posso te falar meu último salário e podemos conversar em cima disso. Mostrar que acredita que os benefícios que a empresa oferece são de certa forma salários indiretos (plano de saúde, ticket, participação nos lucros…)”, diz a especialista.