Livros sobre e bate-papo sobre a adoção compõem a sétima edição da FELISA
O XXVII Encontro Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (ENAPA), organizado pela Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD) e o GAA Acalanto Natal, com o apoio dos grupos Abrace (Parnamirim) e Afeto (Mossoró), será realizado em Natal (RN) nos dias 7 e 8 de junho de 2024.
Com o tema “Adoção não tem raça, tem cores”, o encontro buscará visibilizar e desmistificar as adoções interraciais e refletir a diversidade das famílias adotivas no Brasil. A ocasião contará com diversas atividades, inclusive palestras. Dentre as palestrantes está Maria Angélica Amarante dos Anjos, psicóloga e escritora de São Bernardo do Campo, que ficou supresa ao receber a proposta para participar. “O convite chegou inesperadamente por meio de uma mensagem de uma das organizadoras do ENAPA deste ano. Nós já nos conhecíamos nas redes sociais dos grupos de apoio à adoção e o convite foi feito em nome do grupo. Fiquei muito feliz e me senti honrada. Os coordenadores do Acalanto Natal se reuniram para discutir as indicações para as palestras, e o meu nome foi citado por alguns membros que estiveram no VI Ciclo de Palestras sobre Adoção em Jacareí no dia 25 de setembro de 2022. Nesta ocasião, explanei sobre o tema da Diversidade narrando sobre as experiências de nossa família”, explica a palestrante.
Sobre a participação, a psicóloga estará presente no sábado, 08 de junho, às 10h30 com o tema: “Famílias têm diversidades, ao lado de Janaina Lima, que atua como Assessora Parlamentar da Assembleia Legislativa do RN e foi a primeira travesti gestora pública de um Governo do Estado do RN. “Falarei sobre a nossa experiência e a importância de orientar as pessoas levando conhecimento sobre este tema tão cercado de tabus e preconceitos. Responderemos as perguntas, estimulando um debate enriquecedor”, comenta a psicóloga.
Sobre a importância do evento para o universo da adoção, Angélica diz que o assunto LGBT + é muito sério, pois os adotantes precisam se preparar adequadamente para a parentalidade amorosa e responsável. “As crianças e jovens que se descobrem pertencentes a este grupo precisam de apoio, orientação e o devido acolhimento para desfrutar de uma vida plena, preservando desta forma a sua saúde emocional e o convívio social. Estar ciente de seus direitos e ter acesso aos recursos para terem a profissionalização desejada faz toda a diferença. A família é sempre o ponto básico do qual estes jovens vão se fortalecer como pessoas e cidadãos”, explica.
“Preciso falar sobre o que vivo e sinto para contribuir com os meus pares do universo da adoção. Um mundo melhor se constrói com a nossa desconstrução de preconceitos e amor incondicional. As futuras famílias necessitam receber informações para lidar com naturalidade sobre a questão LGBT, pois precisam saber que existem crianças e jovens abrigados que pertencem a este grupo. E mesmo para aqueles que já adotaram e seus filhos estão em crescimento, estas informações são essenciais. Vejo muitas famílias que se desagregam quando os filhos não correspondem às suas idealizações, e isto traz uma série de prejuízos a estes jovens. Se a família é a base da sociedade, tal qual uma célula, quando temos células saudáveis teremos consequentemente uma sociedade melhor. Este é um compromisso pessoal meu: contribuir para a construção de uma sociedade melhor, mais justa, amorosa e inclusiva”, finaliza a psicóloga.
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