O fim do acordo entre o governo de Cuba e o Ministério da Saúde para contratação de profissionais por meio do programa Mais Médicos vai causar um desfalque na rede municipal de saúde de Osasco. Dos 74 médicos ligados ao programa que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, 33 são cubanos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Com a saída de Cuba do programa, eles deixam de atender a partir de 30 de novembro.
O ministério lançou, esta semana, um edital de contratação de novos profissionais do Mais Médicos, com prioridade para os formados no Brasil, e aumentou para 37 o número de vagas destinadas a Osasco. O problema é o prazo de contratação. Enquanto os cubanos deixam de atender no dia 30 deste mês, as primeiras contratações do novo edital estão previstas para 7 de dezembro.
Para cobrir esse desfalque, a Saúde de Osasco vai adotar um esquema emergencial, que inclui o remanejamento de consultas para outros profissionais da rede. Também não está descartada a contratação de médicos por conta própria para a rede.
Outras cidades da região Oeste enfrentam o mesmo problema. O número de profissionais cubanos não foi divulgado pelas demais prefeituras. Mas pelo total de novas vagas abertas no edital do ministério, da para ter uma noção do desfalque nas UBS. São, ao todo, 127 vagas. Além de 37 para Osasco, estão previstas 34 para Jandira, 30 para Carapicuíba, 23 para Itapevi e 3 para Cotia.
Para todo o Estado, serão selecionados 1406 médicos, de um total de 8,5 mil vagas abertas em 2.824 municípios brasileiros. As inscrições seguem até o dia 25. Se as vagas não forem preenchidas, será aberta nova etapa, em 27 de novembro, para brasileiros formados no exterior e estrangeiros.
Cuba anunciou o fim da cooperação com o governo brasileiro depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou alterações no Mais Médicos, incluindo que os médicos cubanos fizessem exame de validação de diploma no Brasil e que passassem a receber integralmente o salário. Pelo acordo atual, o governo cubano ficava com parte dos rendimentos pagos pelo governo federal aos profissionais.
Imagem: Ivan Cruz