(Da Redação)
Cerca de mil caminhões cegonha participaram hoje (05.04) de uma carreata contra os impactos da crise econômica promovida pelo Sindicato Nacional dos Cegonheiros. Devido à consecutiva queda no nível de vendas de veículos zero quilômetro, o volume de negócios do setor caiu cerca de 60% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015.
“Somos uma categoria específica e preparada para transportar exclusivamente carros. Não podemos recorrer a outras opções e nem faremos isso, pois somos a favor da legalidade do transporte de carga”, afirmou o vice-presidente da entidade, Jaime Ferreira dos Santos.
A entidade afirma que fez investimentos e estava preparada para transportar cerca de 5,0 milhões de veículos em 2015. “Mas, diante da queda de confiança do consumidor, da alta de juros e do desemprego, o mercado como um todo praticamente parou. No ano passado, transportamos perto de 2,4 milhões de veículos. Este ano, não chegaremos a 2,0 milhões. Muitos caminhões cegonhas estão parados. Com isso, muitos deixaram de honrar seus pagamentos e alguns até já perderam seus cavalos mecânicos”, explica Santos.
Por isso, o sindicato defende a adoção imediata de mudanças na política econômica para que o Brasil volte a crescer, gerando emprego e renda para os trabalhadores. “Nosso ato não foi contra nem a favor de ninguém. Queremos apenas soluções para acabar com essa situação insustentável”, diz o presidente do sindicato, José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho.
A manifestação percorreu contou com a participação de associados de vários estados. Paralelamente à carreata no estado de São Paulo, também foi realizado um protesto no Rio Grande do Sul, com a participação de cerca de 60 caminhões que ocuparam uma faixa da pista da Freeway, no sentido Porto Alegre.
O sindicato
Fundado em 1986, o Sindicato Nacional dos Cegonheiros reúne 3.600 associados. Com sede instalada em São Bernardo do Campo, na região metropolitana do estado de São Paulo, a entidade possui cinco regionais, nas cidades de São José dos Pinhais (PR), Serra (ES), Gravataí (RS), São José dos Campos (SP) e Piracicaba (SP).